O secretário de Segurança Pública de Goiás (SSP), Rodney Miranda, que acompanha a investigação do falso atentado contra a perita criminal de Caldas Novas Káthia Magalhães, comentou que ela escolheu um local a caminho de casa, com pouca iluminação, e teria forjado com menos pólvora que o normal a munição usada pelo atirador.
“Os peritos me falaram que parece que a munição foi preparada. Só tinha uma munição na arma e parece que tinha um pouco menos de pólvora que o normal. Ela já estava pensando no grau da lesão”, contou Miranda.
O g1 enviou mensagem para o celular da perita nesta segunda-feira (14), às 16h54, pedindo um posicionamento sobre a investigação, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
A perita foi atingida com um tiro no peito na quinta-feira (10), na GO-213, enquanto dirigia seu carro no a caminho de casa. Para a Polícia Civil, que investiga o caso, Káthia Magalhães contou que foi vítima de um atentado. Mais tarde, ela confessou aos investigadores que armou o ataque porque queria ser transferida de cidade.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/R/2/NrAYigQGWb9NkztW3cMg/kathia.jpg)
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O secretário Rodney Miranda disse que ainda falta o resultado da perícia na arma e na munição para comprovar as suspeitas, o qual demora aproximadamente 10 dias para ficar pronto. A polícia ainda não sabe o valor que ela iria pagar para um ex-colega de trabalho executar o serviço, com quem combinou o crime.
A perita está internada para se recuperar do tiro. Assim que sair do hospital, deve passar por audiência de custódia. O inquérito está prestes a ser finalizado, segundo Miranda, já que todos os principais depoimentos foram colhidos.
Káthia Magalhaes pode responder na Justiça, ao final da investigação, por fraude processual, peculato e posse ilegal de arma de fogo. Segundo a Superintendência de Polícia Técnico-Científica, a servidora foi afastada e não deve voltar para nenhuma função dentro da polícia.
Falso atentado
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/R/L/HujqVATcCxlAG1u8VXXA/kathia2.jpg)
Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O Corpo de Bombeiros prestou os primeiros socorros no local e levou a perita consciente para um hospital da cidade, onde ela passou por uma cirurgia.
A partir disso, a polícia montou uma força-tarefa para apurar o então atentado. De acordo com a corporação, inicialmente, foram identificadas testemunhas que afirmaram terem sido procuradas pela perita há um mês com a proposta de forjar um atentado contra ela, no entanto, como as testemunhas não aceitaram, o plano não foi executado na época.
Após isso, conforme as investigações, ela convidou um ex-servidor que trabalhava com ela para participar da farsa.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/J/t/iUl0FwTLalnjqrSXlpNA/kathia1.jpg)
Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Segundo a polícia, o homem confessou ter atirado contra a perita a pedido dela. A Polícia Civil disse que ele utilizou um revólver calibre .32 que lhe foi entregue pela mulher no dia do atentado forjado. A arma estava apreendida para realização de perícia.
O ex-servidor confessou ainda que, após o crime, retornou ao posto da Polícia Técnico-Científica de Caldas Novas, onde depositou a arma no mesmo armário utilizando-se das chaves fornecidas pela perita. A arma usada no crime e os celulares da perita foram apreendidos.
Em nota, a Polícia Científica disse que “de forma alguma coaduna com condutas desta natureza”. A corporação informou ainda que a perita e o ex-servidor vão responder por todos os seus atos, tanto no âmbito criminal, quanto no âmbito da Corregedoria de Polícia, com penas que podem chegar a mais de 12 anos, mais a possível perda do cargo.
FONTE: G1 GOIÁS.